Fort Lauderdale, Flórida, 26 de janeiro de 2003 Ano XI  Lição Nº 4


 

A Defesa do Evangelho!

Dr. Voltaiere Shilling Alemanha

Brasileiro, pastor, professor e articulista.

Ao adentrar-se numa nave de uma igreja ou de uma catedral, inundada nos dias de sol pelos reflexos multicoloridos dos vitrais, tendo ao fundo o som harmónico de um soberbo coral de monges, ao sentir-se aquele êxtase, onde o construtor, o pintor e o cantor deram o melhor de si para torná-la um recinto divino, como não acreditar que o próprio Deus não estava ali presente? Como o monge Martinho Lutero ousou desafiar aquilo tudo? Pois foi exatamente aquela suntuosidade herdada do império que o teólogo alemão acreditou ser insuportável aos que se diziam seguir Jesus Cristo marceneiro. Para Lutero, o cristianismo fora uma notável revolução dos cordeiros, da gente humilde da antiguidade que se insurgira contra as injustiças do mundo pagão. Porém, com o passar do tempo, ainda que vitoriosos, eles viram-se usurpados pela casta sacerdotal, sucessora da burocracia imperial em decadência, ocasião em que o pároco substituiu o pretor romano. Pior ainda, como ele expôs no Manifesto à Nobreza Alemã, de 24 de Julho de 1520, fizeram do papa "Senhor do Mundo", quando o próprio Jesus Cristo insistira que o seu reino era o Reino do Outro Mundo. Aquela riqueza artística que se concentrava em Roma, a monumental Igreja de São Pedro que se erguia naquele momento, era, no entender dele, fruto ilegítimo das arrecadações que o papado ordenara extrair da Alemanha em troca de favores a serem alcançados no mundo sobrenatural. Era com o ouro das Indulgências, surripiado dos beatos alemães por negociantes e clérigos espertos, que erguiam-se os templos e mantinha-se o luxo em Roma. Os cristãos, portanto, com a Reforma por ele liderada, deviam retomar o que era seu, reconquistar o seu império perdido. Para tanto, ele tratou pessoalmente de traduzir a Bíblia para o alemão a fim de que os crentes pudessem saber quais eram os ensinamentos de Deus, bem como novos hinos deviam ser cantados, compostos pelo povo mesmo. Rompido com Roma, deixando o celibato, casou-se e fez do seu lar uma celebração diária a Deus. Cada um deveria seguir caminho igual, compor seus próprios oratórios, tornar o seu recanto uma capela, fazer da sua família um coral, rejubilando-se pela boa vida e pela liberdade alcançada. Por toda a Alemanha surgiram músicos, organistas ou pianistas, consagrando a vida às partituras e aos instrumentos. É Lutero, pois, quem está por detrás de Bach, de Haendel, de Haydin, de Mozart, e de Beethoven. Seguindo seus próprios conselhos, ele casou-se em Junho de 1525 com Katharina von Bora, uma freira que, desertando do convento de Nimbsch, procurara refúgio em Wittemberg. Teve seis filhos com ela. O lar para Lutero, o privado, passou a ser a verdadeiro templo do cristão reformado.

Provação

Mbaxi Cabral U.S.A.

Angolano, professor e músico.

De conformidade com o dicionário de Língua Portuguesa, o substantivo feminino em questão é proveniente do Latim “probatióne que quer dizer: demonstrar com provas; testemunhar; submeter a prova; ensaiar; patentear; degustar para apreciar o estado ou o sabor de algo; padecer; e experimentar. A palavra provação é mencionada nas Escrituras Sagradas no sentido de testar e examinar. É importante realçar que a palavra “provação“ não é sinônimo de “tentação, porque a provação é proveniente de Deus e a tentação é proveniente do diabo. Fazendo uma analogia do tema em questão, podemos observar que todo o ser humano em sua vida quotidiana é provado para que seja aprovado, com o objetivo de adquirir maturidade. Por exemplo: Toda criança vai para uma escola primaria para aprender a ler e a escrever. A medida que ela passa de um nível para outro, ela aprende a informação básica para entender o próximo nível, isto falando sobre o conhecimento educacional. Mas a maturidade é adquirida pelo ser humano de conformidade com a experiência diária, passando por diferentes testes que as circunstâncias da vida lhe oferecem. Da mesma maneira, todo o cristão é provado para que seja aprovado, com o objetivo de que a sua fé seja provada e conseqüentemente aprovada por Deus, para aquisição de madurez espiritual. Este fato foi vivenciado por muitos homens de Deus relatados na Velha Aliança, nomeadamente: que era um homem temente ao Senhor, perdeu tudo que tinha, até mesmo sua saúde, mas não negou ao Seu Deus (Jó 13:15); Abraão que saiu da sua terra e da sua parentela sem saber para onde ia mas obedeceu sem questionar (Gn 12: 1-20); aceitando o desafio de oferecer seu filho Isaac em sacrifício, confiando que o Deus que ele servia, proveria o cordeiro em lugar de seu filho (Gn 22:7,8). Na Nova Aliança encontra-se uma lição de edificação, na vida de Pedro que era um autentico pescador. Entretanto, a Bíblia Sagrada narra que após o apóstolo Pedro e seus companheiros terem pescado a noite inteira sem conseguir apanhar nenhum peixe; ele passou na prova da obediência quando Cristo disse: “Lança a rede para outra banda do barco” (Lc 5:4,5). Em síntese, não existe crente maduro que não passe pela prova de Deus e que não vença a tentação do mundo, do inimigo e até mesmo da sua própria carne; porque a tribulação produz paciência até que o Senhor providencie o escape, e a provação produz madurez espiritual (II Tm 2:15).

 

ADORANDO A DEUS NA PROVAÇÃO

Dorcas Copque U.S.A.

Brasileira, professora e secretária de missões.

Texto Áureo da Lição

Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.20-21).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: UNIÃO DO CRENTE COM O SEU SENHOR 145 da Harpa Cristã.

 

1.  Jó foi provado  
Financeiramente: Jó 1.10-20, 42; 2.3
Fisicamente: Jó 2.7,8; 6.9-15; 7.4,5
Espiritualmente: Jó 2.9; 8.5-7; 15.13; 7.12
2.  As reações de Jó na provação
Queixou-se do sofrimento: Jó 6.1,14; 19.21
 Reconheceu que Deus é justo: Jó 9.1-10,32; 42.1
 Aprendeu a confiar em Deus: Jó 1.21; 23.6-10; 42.2
3.  Como devemos agir na provação
Devemos confiar: Sl 27.3; 37.5; Pv 16.20; Rm 5.1-5
Devemos reconhecer o poder de Deus: Jó 9.4; Pv 3.6; Sl 118.4-6;1Sm 2.2
Devemos louvar a Deus: Jó 1.20; Dn 2.19; Fp 1.11

Texto da Lição:

Jó 1.20-22; 13.14-18

 Jó1.20 Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.
22 Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

13.14 que razão tomaria eu a minha carne com os dentes e poria a minha vida na minha mão?
15 Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele.
16 Também isto será a minha salvação, porque o ímpio não virá perante ele.
17 Ouvi com atenção as minhas razões; e com os vossos ouvidos, a minha demonstração.
18 Eis que já tenho ordenado a minha causa e sei que serei achado justo.



(ARC)