Fort Lauderdale, Florida, 26 de Agosto de 2001 Ano IX  Nº 35


 

Um Culto Disforme!

Magno Paganelli Brasil

Brasileiro,  pastor, escritor e professor de teologia.

Há algum tempo venho me incomodando com algumas afirmações que pregadores em geral fazem nos cultos. Algo do tipo: "Receba hoje a sua vitória!", "Tome posse da sua bênção" ou "Declare a sua prosperidade". Quando eu era novo convertido, recém saído do vício, ouvia uma coisa dessas e saía correndo pra casa acreditando encontrar um pacote de dinheiro sobre minha cama, e com ele pagar a dívida com os vendedores de droga. Eu me decepcionava, de certa forma, pois nunca encontrei nada! E imagino que muitas das pessoas que ouvem essas declarações de "guerra" também se decepcionam no mesmo dia ao chegar em casa. Aí alguém pergunta: Mas Deus, ou Jesus, não nos deu autoridade? Não somos filhos do dono do ouro e da prata? Muitas perguntas podem ser feitas, mas não antes dessa: nós cultuamos como a Bíblia ensina? Não. Definitivamente nosso culto nada tem a ver com a forma vista nos cultos descritos nas Escrituras. No Antigo Testamento, observamos Davi no Salmo 13 onde ele declara sua profunda tristeza: "Até quando te esquecerás de mim, Senhor? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?"  E termina declarando: "Mas eu confio na tua benignidade, na tua salvação meu coração se alegrará. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem". Voltando um pouco mais no mesmo antigo Testamento, vemos Moisés quando convocava o povo a ofertar para a construção do Tabernáculo. Os hebreus que saíram do Egito, não é novidade, eram um povo problemático. No entanto, Deus manda trazerem ofertas, e a lista começa com ouro, prata e cobre (Ex 25.1-3). Lá na frente lemos coisas assim: "E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito VOLUNTARIAMENTE o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor", (Ex 5.20-29). Fato semelhante aconteceu quando Salomão, disse que construiria um grande templo ao Senhor. Ele chegou ao ponto de precisar mandar ao povo que parasse de trazer bens, pois já sobravam os recursos, de tanto que o povo se mobilizou. Para resumir, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, seja no que diz respeito a coisas materiais ou espirituais, o povo da Bíblia se achegava a Deus para "doar". Leia "doar" no sentido de "oferecer-se", "esforçar-se", de "dar-se" a Deus pelo que Ele é, pelo que Ele faz e pelo que Ele pode fazer. A palavra "cultuar" não quer dizer "ir buscar algo de". Ao contrário, ela sugere a entrega que o homem faz ao seu Deus. Cultuar, ir ao culto, coisa que alguns só fazem aos domingos, subentende que você irá levar o seu corpo para prestar um culto ao Deus que te salvou, a quem você diz amar! Mas o que é que vemos nas igrejas? Pessoas que vão ao templo para resolverem seus problemas financeiros, de desemprego, de saúde, de ordem emocional e outras coisas. E, por paradoxal que pareça, alguns pastores nos incentivam a pedir, pedir, pedir; decretar, decretar, decretar; exigir, exigir e exigir! Não é exagero afirmar que esse comportamento é extra-bíblico. A igreja não é balcão de atendimento, os pastores não são atendentes e Deus não é devedor a ninguém. Nós é que devemos a Ele todo o nosso louvor, adoração, gratidão. Aí reside outro engano. Grande parte dos membros de igrejas imaginam que cantar é expressar a verdadeira adoração, e saem dos templos imaginando serem os verdadeiros adoradores a quem o Pai procura desesperadamente. Mas não. O louvor, se bem feito, pode levar à adoração. Mas o simples cantar a letra projetada na parede pelo retroprojetor nada tem a ver com o que Jesus disse sobre adoração“os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade”!Talvez até eu mesmo tenha que mudar meu comportamento e intenção diante de Deus no momento do culto. Ele quer ser adorado, reconhecido como o único Deus, o único Salvador. Ele quer receber nossa gratidão pelo que tem feito! As bases da nossa relação com Deus devem ser todas revistas e novamente estabelecidas. E isso certamente nos trará prosperidade espiritual, assim como física também, sem, entretanto, ter que exigir, decretar e fazer declarações autoritárias diante daquele que é soberano e que detém todo o poder!

Adoração

Patricia Urbiztondo U.S.A.

Equatoriana, bibliotecária e seminarista.

 

Adoração é uma das formas que o homem responde a revelação de Deus à sua vida. A palavra adorar tem o significado de dar valor, de reverenciar, de prestar culto (Gn 24.26,48). Assim que quando adoramos a Deus, o honramos e proclamamos seus méritos, sua glória, seus feitos e sua majestade. Muitos termos são usados na Bíblia expressando adoração a Deus, como glória, benção, ação de graças e aleluia. Existem inúmeras formas descritas na Escritura Sagrada, pelas quais os antigos adoravam a Deus: através das ofertas de sacrifício (Lv 7.13); movimentos físicos (2Sm 6.14); prostração (Sl 95); silêncio e meditação (Sl 77.11-12); testemunho (Sl 66.16); oração (Fp 4.6); música e hinos (Sl 150. 3-5); e através de uma vida santa (1Pe 1.3-9). Muitos expressavam sua adoração a Deus através de cânticos, após receberem grandes livramentos ou bênçãos, como fez Moisés ao cruzar o Mar Vermelho (Ex 15.1-19); Débora ao vencer a Sísera e seu exército (Jz 5); Ana ao Senhor lhe conceder um filho (1Sm 2); e Zacarias após o nascimento de João Batista (Lc 1.67-79). A adoração pode ser um ato congregacional ou pessoal, mas aqueles que o fazem devem ter uma experiência pessoal com Deus e o devem conhecer. Cristo em seu diálogo com a mulher samaritana afirma que os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito e em verdade (Jo 4.23). No Antigo Testamento o povo estava limitado a entrar no santuário do Senhor para o adorar. Até mesmo os sacerdotes não podiam ultrapassar o véu que guardava a Arca do Concerto no Lugar Santíssimo. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção (Hb 9.11,12). Através do sacrifício de Cristo o véu foi rasgado, dando-nos hoje, a oportunidade de entrarmos com ousadia no santuário de Deus e apresentar os nossos corpos já santificados em sacrifício vivo, santo e agradável em adoração a Deus (Hb 10.19,20; Rm 12.1).

Cristo Trouxe Maior Glória na Adoração a Deus

Marcello ZorziInglaterra

Brasileiro, professor e membro honorário da Betânia.

 

Texto Áureo da Lição

Mas agora alcançou ele eministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.  (Hebreus 8:6)


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: EU TE LOUVO! — 10 da Harpa Cristã.

 

1. O tabernáculo terrestre

  • A figura do celestial: Ex 25:8,9; Hb 9:1-5; 8:5; 2Cr 7:11,12.
  • O sangue na remissão: Gn 3:21; 4:4; Lv 4:27-31; 1Rs 8:63; Hb 9:18-22.
  • A necessidade da repetição: Ex 30:10; Hb 7:27; 9:6,7,25.

2. O tabernáculo celestial

  • O templo no céu: Hb 8:2; 9:11,12,24; Ap 11:19; 15:5.
  • O sacrifício único: Hb 9:11,12,26,28; 10:12,14.

  • O fim do primeiro tabernáculo: Hb 8:13; 9:8-10; Mt 27:50,51.

3. O nosso tabernáculo

  • O templo do Espírito Santo: 1Co 3:16; 6:17,19; Hb 10:19,20.
  • O fogo contínuo: Lv 6:13; Mt 3:11; Lc 24:32.
  • O nosso sacrifício: Rm 12:1; 1Co 9:27.

Texto da Lição:

Hebreus 9:1,2,11,12,15,22-28

1 Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os
pães da proposição; ao que se chama o Santuário.
11 Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo,
não feito por mãos, isto é, não desta criação,
12 nem por sangue de bodes me bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 15 E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão
das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue
não há remissão.
23 De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo
céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus;
25 nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra
no Santuário com sangue alheio.
26 Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, 28 assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
(ARC)