Fort Lauderdale, Florida, 03 de Junho de 2001 Ano IX  Nº 23


 

O Cordão de Três Dobras!

Rev. eronides DaSilva E.U.A.

Brasileiro, pastor, professor, escritor e conferencista

O ser humano tem uma característica bem contraditória; ao mesmo tempo que ele é um ser gregário, ou seja, tem necessidade de convivência com outras pessoas, a área de seus maiores conflitos é exatamente na convivência social com seus semelhantes. Ao mesmo tempo que tem a necessidade de uma liderança sobre ele, acha grande dificuldade em seguir as orientações de seus líderes. Um dos artifícios que se usa para compactuar esta distonância é a reunião em grupos: de pessoas que tenham um interesse em comum, que tenham um objetivo comum, ou uma condição econômica comum... E como seria vista a Igreja em todo este contexto? Não podemos deixar de ter em mente de que a Igreja Local é formada por seres humanos que em sua estrutura antropológica carregam consigo todas estas contradições e muitas outras. Vejamos a resposta que Jesus deu a alguns fariseus quando fizeram uma insinuação ousada e inescrupulosa, ele diz: "Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá." A Igreja de Cristo não está unida por valores limitados e humanos como gostos pessoais, condições financeiras ou esteticismos qualquer. Ela está ligada, harmonizada pelo vínculo do espírito, que é a razão preponderante de nossa paz. E este paradígma divino não isenta-nos de possuirmos e utilizarmos os nosso valores como indivíduos, os quais o próprio Deus nos premiou - somos um cordão de três dobras! Quando este está bem apertado e sedimentado torna-se difícil de ser quebrado. E este foi o rogo de Cristo na sua oração sacerdotal: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um" (Jo 17.22). Amados da Betânia, ser uma cordão de três dobras é difícil e laborioso, porém, não é impossível com a constante cooperação daquele que deseja e almeja que sejamos um!    

Julgamento

Pedro Pereira África do Sul

Português, seminarista e diretor da Sonetécnica

Julgamento é o acto ou efeito de julgar. A administração deste julgamento é apresentado de várias formas na Bíblia. Nos tempos patriarcais, o pai de família administrava o juízo entre os seus (Gn 21.8-14). No Egipto, havia funcionários reais que eram responsáveis de aplicar a justiça, como delegados do rei. No tempo de Moisés, ele sozinho julgava o povo durante várias horas do dia, até que Jetro sugeriu que confiasse aquela tarefa a outras pessoas, que tinham o cargo de julgar os casos menores (Ex 18.13-27). Depois da morte de Josué, Deus levantou juizes que julgavam o povo e os livrava da mão de seus inimigos. Porém, o povo caminhava e fazia o que era recto aos seus olhos... (Jz 21.25). Tempos depois, vemos os sacerdotes, profetas e reis, servindo como juizes do povo (I Rs 3.16-28). No Novo Testamento, baixo o Império Romano, a nação de Israel tinha liberdade de julgar suas causas, excepto a pena de morte, que era responsabilidade do procurador romano (Jo 18.31). Em todo pleito e julgamento, deveria ser dado ampla oportunidade para o acusado se defender (Dt 1.16,17), sem fazer distinção de posição ou classe social. Todo julgamento deveria ter pelo menos duas ou três testemunhas (Dt 17.6). Toda testemunha falsa, era severamente castigada (Dt 17.18-21). No caso de sentença de morte, as testemunhas eram as primeiras pessoas a accionarem o cumprimento da sentença. Em caso de apedrejamento, eles atiravam as primeiras pedras, e depois o povo presente dava continuação. (Jo 8.1-7). Os julgamentos eram feitos na maioria das vezes à porta da cidade (Dt 21.19). A Bíblia apresenta sempre Deus como juiz, e nós peregrinos como réus. No Salmo 9.8, afirma que “Ele mesmo julgará o mundo com justiça, julgará os povos com rectidão”, e no Novo Testamento adverte para que não nos julguemos uns aos outros (Mt 7.1), porque com “a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”. Na verdade se nos julgássemos a nós próprios nunca o faríamos (I Co 11.31) mas “quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Portanto, julgamento é uma tomada de decisão, é elaborar uma avaliação, e/ou decretar uma sentença.

A Individualidade do Cristão

Pr. Julio DaSilva Austrália

Brasileiro, pastor, professor e missionário em Austrália

 

Texto Áureo da Lição

"De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus"  (Rm 14.12).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: CAMINHO BRILHANTE — 146 da Harpa Cristã.

 

1. Raiz do Nosso Julgamento Pessoal

  • Fruto de falsa percepção: Rm 12:1; Tg 4:11; Mt 7:2; Jo 7:24.
  • Fruto de preconceito: 1Sm 17:42; At 9:26; Mc 9:38: 1Co 1:27-29.
  • Fruto de radicalismo: At 9:1,2; Mt 7:5; 4:5,6.

2. Deus Trata com o Individuo

  • Salvação individual: Rm 14:12; Jo 3:16; Ez 18:4.

  • Correção individual: Mt 7:3; 18:15; Hb 12:5-7.

  • Prestação de contas individual: Gl 6:5; Mt 25:19,21; Lc 19:15; 2Co 5:10.

3. A Comunidade Cristã e o Individuo

  • Aplica um padrão divino: Gn 2:18; 1Tm 4:16; At 2:46.
  • Preserva a comunhão dos indivíduos: Hb 10:24,25; At 4:32.
  • Motiva a união: Rm 2:11; 11:3; Sl 133:1.

Texto da Lição:

Mateus 7:1-6

 1 Não julgueis, para que não sejais julgados,
2 porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
6 Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos 
despedacem.

 
  (ARC)