Fort Lauderdale, Flórida, 25 de Janeiro de 2004 Ano XII  Lição Nº 04


 

A Pessoa do Espírito Santo

Dr. Carumuru Afonso Francisco   Brasil

Brasileiro, conferencista, articulista e professor.

Para que possamos entender a pessoa e a atuação do Espírito Santo na vida da Igreja e, por conseguinte, de cada um dos crentes, é fundamental que tenhamos um conceito correto a respeito de quem é o Espírito Santo e qual o seu papel no plano da salvação e no relacionamento entre Deus e os homens. A primeira verdade bíblica a respeito do Espírito Santo é a de que Ele é Deus, ou seja, é uma das pessoas da Trindade Divina. É importante salientarmos isto, porque não são poucos os movimentos e ensinadores que, dizendo-se até mesmo evangélicos ou crentes, andam negando e distorcendo esta verdade bíblica, confundindo o Espírito Santo com uma força impessoal, com uma emanação do poder divino, uma influência ou algo similar. A Bíblia apresenta o Espírito Santo logo em seu limiar, quando nos mostra o Espírito de Deus se movendo sobre a face das águas, em meio ao caos que existia antes da criação da luz (Gn.1:2) e mencionará o Espírito Santo até o seu final, quando o revela orando juntamente com a Igreja, pedindo a volta de Jesus (Ap.22:17). Pessoa é uma palavra equívoca, ou seja, que tem diversos significados, significados que são diferentes uns dos outros. Assim, por exemplo, no senso comum, pessoa quer dizer "gente", enquanto que, no direito, pessoa significa "sujeito de direitos e obrigações". Em teologia, pessoa significa ser, ou seja, algo que tem existência própria, uma entidade que se distingue das demais. A Bíblia mostra-nos, com clareza, que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações do Espírito que somente uma pessoa pode ter. Mas a Bíblia não mostra apenas que o Espírito Santo é uma pessoa, mas também mostra que esta pessoa é divina. E como podemos saber que esta pessoa retratada na Bíblia é divina? Porque, em primeiro lugar, as Escrituras, expressamente, dizem que o Espírito Santo é Deus (At.5:3,4). A Bíblia também confere ao Espírito Santo atributos que são divinos, que somente Deus tem. A Bíblia, também, dá-nos conta de que o Espírito Santo é, dentre as pessoas da Trindade, aquela que atua diretamente no interior do homem e que zela pela Igreja do Senhor enquanto ela se encontra na dimensão terrena, ou seja, é a pessoa da Trindade que acompanha o cotidiano, o dia-a-dia do cristão. É, aliás, este um dos aspectos mais relevantes da atual dispensação, ou seja, do atual período de tratamento de Deus com o homem. Através da obra expiatória do Filho no Calvário, aceita pelo Pai, temos livre acesso a Deus, acesso este que é mantido e sustentado pelo Espírito Santo. Conhecer a pessoa e a obra do Espírito Santo, portanto, é, simplesmente, termos conhecimento de como Deus orienta e guia o nosso relacionamento com Ele, relacionamento este tornado possível pelo perdão dos nossos pecados mediante o sangue de Jesus.

 

Pentecostes

Vania DaSilva   Estados Unidos

Brasileira, missionária, professora e secretária da Igreja

A palavra Pentecostes de origem grega significa “quinquagésimo”. A Festa de Pentecostes é denominada em hebraico de Shavuot, que é o plural de semana. Por isso, é também conhecida como Festa das Semanas, por ser celebrada sete semanas após a Páscoa. Deus decretou três festas anuais, as quais deveriam ter santa convocação, ou seja, onde todos os varões deveriam apresentar-se no Tabernáculo, ou posteriormente no Templo (Dt 16.16): A Festa dos Pães Asmos, relacionada com a Páscoa (Dt 16.1-8); a Festa das Semanas, Festa das Primícias ou Festa do Pentecostes, relacionada com as primícias da colheita de grãos, especialmente a do trigo e cevada (Dt 16.9-12; Ex 23.16; 34.22); e a Festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita, relacionada com o fim da colheita (Dt 16.13-16). A Festa de Pentecostes ou das Semanas era comemorada no verão, no dia seis de Sivã, no principio da sega do trigo. Na mesma época, dava-se o amadurecimento dos figos, tâmaras, cerejas e ameixas. Segundo a Lei, todo o povo de Israel deveria trazer um molho das primícias de sua sega ao sacerdote, o qual era oferecido como oferta de movimento ao Senhor, a fim de serem aceitos diante de Deus. Por esta razão, este dia é também denominado de Festa das Primícias (Lv 23.9-14). A Festa de Pentecostes era uma festa de agradecimento pelos primeiros frutos da terra, e ao mesmo tempo, uma súplica para que a benção de Jeová repousasse sobre o restante dos meses de colheita que adviriam. Sete semanas eram contadas a partir da Páscoa e no quinquagésimo dia, era celebrada a Festa do Pentecostes, onde havia santa convocação (Lv 23.15-21). No dia desta solenidade, dois pães eram oferecidos em oferta de movimento ao Senhor e sacrifícios em agradecimento e reconhecimento do absoluto domínio de Deus, o Todo-Poderoso sobre Israel. Os dois pães apontavam para os judeus e gentios, que receberiam o revestimento do Espírito Santo, uma vez regenerados através do sangue de Jesus, o Sumo-Sacerdote. Em tempos mais tarde, a Festa de Pentecostes também passou a observar a entrega da Lei (Torah) a Moisés no Sinai. É interessante lembrar, que no dia em que Moisés desceu do monte com as Tábuas da Lei, três mil almas morreram devido à desobediência e adoração ao bezerro de ouro. No entanto, no dia de Pentecostes, três mil almas receberam vida, ao receber a Cristo, o Cordeiro de Deus (Jr 31.33). A Festa das Primícias apontava para Jesus e sua ressurreição, como as primícias dos que dormem (1Co 15.20). Porque seu sacrifício foi aceito diante do Pai, a colheita tem sido abundante durante todos os séculos. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12.24). Durante o tempo neotestamentário, muitos judeus devotos de vários países iam a Jerusalém para observar a Festa da Páscoa e ficavam até a Festa de Pentecostes. Daí a razão, de haver em Jerusalém judeus, varões religiosos de todas as nações que estão debaixo do céu. (At 2.5b) Por isso, foi de grande importância a observância da palavra de Jesus, em que os discípulos ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49). A festividade judaica do dia de Pentecostes assumiu outro rumo com a descida do Espírito Santo, sobre o cento e vinte que se encontravam reunidos no cenáculo, transformando a mente, coração e comportamento dos apóstolos, para o desafio da pregação do Evangelho. Jerusalém se tornou naquele ano, o local determinado para a inauguração da Igreja viva de Jesus e a base de lançamento das missões transculturais, a qual se espalhou até os confins da terra.

 

 

 

O DIA DE PENTECOSTES

Pr. Rogerio Feital Estados Unidos

Brasileiro, Pastor, Missionario e Professor

 

Texto Áureo da Lição

 “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras linguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem”  (Atos 2.4).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: PODER PENTECOSTAL, número 24 da Harpa Cristã.

 
1. FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O DIA DE PENTECOSTES
Obediência:  At 1.4; 5.32; 1Sm 10.1-10; Dt 16.16; Ex 23.17
Oração com fé e unidade: At 1.14; Mt 5.24; 18.19; Mc 11.25; Ef 4.3,6,13
Perseverança: At 1.14; 4.13; Is 40.31; 62.6,7; Os 10.12
2. o DIA DE PENTECOSTES
Confirmação deste dia - fogo: 2Co 3.6; Sl 104.4; Mt 3.11; At 4.13; Hb 1.7
Natureza do projeto - vento: Jo 3.8; 10.15; 6.63; Gl 5.22; At 2.11
 Manifestação pragmática - línguas: At 2.4,8; 1Co 14.1-4; Rm 12.1
3. OS RESULTADOS DO DIA DE PENTECOSTES
Crescimento dos apóstolos: At 2.40; 3.14-16; 4.8,13; 4.19,20
Crescimento da Igreja: At 2.41,47; 4.4; 5.14
Crescimento da perseguição: At 4.1-3; 5.17,18; 6.8-14

Texto da Lição:

Atos 2.1-12

1
Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2
e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4
E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5
E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6
E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8
Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
9
Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia,
10
e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos),
11
e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
12
E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?

(ARC)