Fort Lauderdale, Flórida, 18 de Julho de 2004 Ano XII  Lição Nº 29


 

A Teologia em Crise

Rev. Ricardo Gondim   Brasil

Brasileiro, pastor, professor e escritor

 

Sou um professor de Teologia em crise. Não com minha fé ou com minhas convicções, mas com a dificuldade que eu e outros colegas enfrentamos nos últimos anos diante dos novos seminaristas enviados para as faculdades de teologia evangélica. No início de meu ministério docente, recordo-me que os alunos chegavam aos seminários bastante preparados biblicamente, com uma visão teológica razoavelmente ampla, com conhecimentos mínimos de história do cristianismo e com uma sede intelectual muito grande por penetrar no fascinante mundo da teologia cristã. Ultimamente, porém, aqueles que se matriculam em Seminários refletem a pobreza e mediocridade teológica que tomaram conta de nossas igrejas evangélicas. A grande maioria dos novos vocacionados chega aos Seminários influenciada pelos modismos que grassam no mundo evangélico. Alguns se autodenominam "levitas". Outros, dizem que estão ali porque são vocacionados a serem "apóstolos". Tento fazê-los compreender que os levitas, na antiga aliança, não apenas cantavam e tocavam instrumentos no Templo, como também cuidavam da higiene e limpeza do altar dos sacrifícios. Porém, hoje em dia, para os "novos levitas" basta saber tocar três acordes e fazer algumas coreografias aeróbicas durante o louvor para se sentirem com autoridade até mesmo para mudar a ordem dos cultos. Outros há, que se auto-intitulam "apóstolos". Dentro de alguns dias teremos também "anjos", "arcanjos", "querubins" e "serafins". Nunca pensei que fosse escrever isso, pois as pessoas que me conhecem geralmente me chamam de "progressista". Entretanto, ultimamente, ando é muito conservador, "saudosista" ou "nostálgico". Tenho saudades de um tempo em que havia um encadeamento lógico nos cultos evangélicos, em que os cânticos e hinos estavam distribuídos equilibradamente na ordem do culto. Muitas pessoas vão à Igreja muito mais por causa do "louvor" do que para ouvir a Palavra que regenera, orienta e exige de nós obediência. Percebo também que alguns colegas pastores de outras igrejas freqüentemente manifestam a sensação de sentirem-se tolhidos e pressionados pelos diversos grupos de louvor. O mercado gospel cresceu muito em nosso país e, além de enriquecer os "artistas" e insuflar seus egos, passou a determinar até mesmo a "identidade" das igrejas evangélicas. O apóstolo Paulo dizia que a Palavra não está aprisionada. Mas, em nossos dias, os ministros da Palavra, estão – cativos da cultura gospel. Um aluno disse-me que, no dia em que os evangélicos tomarem o poder no Brasil acabarão com o carnaval, os cinemas, os bares e as danceterias. Acabarão? Nunca houve tanta afluência de jovens nos seminários como nos últimos anos. A preocupação dos colegas era: onde colocar todos esses novos pastores? Na minha ingenuidade, sugeri que seria uma grande oportunidade missionária: enviá-los para iniciarem novas comunidades em zonas rurais e na periferia das cidades. De fato, percebi que alguns realmente se mostravam decepcionados ao saberem que teriam que começar seu ministério em um lugar pequeno, numa comunidade pobre, fazendo cultos nos lares, cantando às vezes "à capela" e sem o apoio dos amplificadores e mesas-de-som. Na maioria dos Seminários hoje, os alunos sabem o nome de todas as bandas gospel, mas não sabem quem foi Wesley, Lutero ou Calvino. Sei que muitos que lerem esse desabafo, não concordarão em nada com o que eu disse. Mas não é a esses que me dirijo, e sim aos saudosistas como eu, nostálgicos de um tempo em que o cristianismo evangélico no Brasil, era realmente referencial de uma religiosidade saudável, equilibrada e madura e em que a Palavra lida e proclamada valia muito mais que o último CD da onda, e os “glórias a Deus” e os “fala Deus“, ecoavam no santuário!

A Pessoa de Cristo

João Luís Cabral Estados Unidos

Angolano, diácono, professor e diretor da Divisão de Música.

 

Cristo Jesus, o Filho de Deus, e o centro da Bíblia, da Teologia, da Escatologia, da Igreja e da Historia. “Sem ele nada do que foi feito se fez ” e “ nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade ” ( Jo 1.3; Cl 2.9 ). O nome de Jesus aparece cerca de 949 vezes nas Santas Escrituras. No Novo Testamento e a forma grega do nome Josué, que por sua vez provem do hebraico Yehoshua, cujo significado é Jeová Salvador. Jesus e o nome humano, terreno, do Filho de Deus (Mt 1.1-17; Hb 2.17). No Entanto, o nome Cristo, do hebraico, Messiah, e do grego, christhos, ambos tem o significado Ungido. Cristo é o nome divino do Filho de Deus, o Verbo Divino, a segunda pessoa da Trindade (Jo 1.1-3,14 ). Como pessoa, possui as três qualidades a si inerentes, Inteligência (Intelecto), Volição (Vontade Própria), e Consciência Moral (Sensibilidade) (Mt 4.23 – ensinar; Mt 20.28 – deu sua vida; Lc 19.41 – chorou). O mais impressionante testemunho e o de Pedro, quando por revelação direta do Pai, dise a Jesus: “ Tu es o Cristo, o Filho do Deus Vivo. ” Posteriormente, esta revelação foi confirmada pelo Espírito Santo, quando Pedro pregou no Dia de Pentecostes: “ A esse Jesus, a quem vos crucificaste, Deus o fez Senhor e Cristo  ” ( Mt 16.16; At 2.36 ). Ha mais de 1000 profecias no Antigo Testamento referentes a vinda do Messias, que e o Cristo, o Filho de Deus. O Messias, sendo Deus, possui os mesmos atributos naturais inerentes a divindade, Eternidade, Imutabilidade, Onipotência, Onipresença e Onisciência; como, também, os mesmos atributos morais, Amor, Justiça, Verdade, Sabedoria e Santidade. A encarnação confere a Cristo, tríplice Ministério em conexão com a sua obra redentora, sendo Profeta, Sacerdote e Rei. O Ministério Profético, ele o desempenhou durante sua vida aqui na terra, em carne (Mt 21.11) no Período da Lei. Agora, ele esta a destra de Deus Pai, exercendo o Ministério Sacerdotal (Rm 8.34), durante este Período Dispensacional da Graça. No Entanto, durante o Período Milenar, Cristo Jesus exercera o Ministério de Rei (1 Tm 6.14,15 ). Jesus Cristo, o Emmanuel, Deus entre os homens, possuía duas naturezas; a natureza humana e a natureza divina; não deixando, sombra de duvidas, do seu sofrimento na cruz como homem, para a salvação da humanidade; “Mas aniquilou–se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo–se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou–se a si  mesmo, sendo obediente ate a morte e morte de cruz  ” ( Fp 2.7-9 ). Cristo desceu do céu como Verbo Divino (Jo 1.14) viveu no mundo como Emanuel (Mt 1.23); foi tentado como homem ( Mt 4.1-11); operou maravilhas como Profeta ( Lc 7.11-16); ensinou como Raboni de Deus ( Jo 3.1,2 ); levantou os mortos como Ressurreição e Vida ( Jo 11.25 ); saciou a fome de muitos como Mana Celestial e Pão da Vida ( Jo 6.48-51 ); foi rejeitado como Pedra Angular ( At 4.11; Ef 2.20 ), foi ao calvário como Cordeiro de Deus ( Is 53.7; Jo 1.29 ); consumou a obra da redenção, o Justo ( Is 53.11;  Jo 17.4; Hb 5.9 ); triunfou obre o pecado como Filho do Homem ( Mt 9.6; Mc 10.45 ); venceu o inferno e a morte como Deus Forte ( Mt 28.18; Cl 2.14,15 ); e cumpriu o plano de Deus, o Pai, como servo ( Jo 17.4; Fp 2.7-11 ). As Escrituras atribuem ao Senhor Jesus Cristo outros nomes, títulos e figuras: Advogado ( I Jo 2.1 ), Alfa e Omega ( Ap 1.8; 22.13 ), Autor e Consumador da Fé ( Hb 12.2 ), Bom Pastor ( Jo 10.14 ), Caminho e Verdade ( Jo 14.6 ), Jesus Nazareno ( At 3.6 ), Leão da Tribo de Judá e Raiz de David( Ap 5.5 ), Legislador, Juiz e Rei ( Is 33.22 ), Lírio dos Vales e Rosa de Saron ( Ct 2.1 ),Luz do Mundo ( Jo 8.12 ), Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz ( Is 9.6 ),Mediador ( I Tm 2.5 ),  Messias ( Jo 4.25,26 ), Noiva da Igreja ( Ap 19.7; 21.2,9 ),  Nossa Páscoa , Nosso Precursor ( Hb 6.20 ), Palavra, Poderoso na Guerra, Porta, Príncipe da Vida, Rei dos reis, Rei dos Judeus, Ressurreição e Vida, Rocha, Salvador, Semente da Mulher, Senhor dos senhores, Sumo Sacerdote, Ultimo Adão, Ungido de Deus, Unigênito, Videira Verdade; “ O qual e a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que ha no céu e na terra, visíveis e invisíveis,sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele. Ele e antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele “(Cl 1.15-17). O Filho de Deus possuía duas linhagens, a Vertical, do Céu (Lc 3.24-38 ) e a Horizontal, terrena ( Mt 1.1-16 ). Cristo Jesus tinha consciência da sua Deidade, Humanidade e Obra. Sua filiação esta manifesta em três estágios: 1) Filho Amado, no Céu; 2) Filho Gerado, na Encarnação; e, 3) Filho Glorificado, na ressurreição. Ele prometeu e breve vira buscar Sua Igreja com Poder e Grande Gloria ( Jo 14.1-3; 1 Ts 4.13-18 ).   “E sabemos que já o Filho de Deu e vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que e verdadeiro; e no que e verdadeiro estamos, isto e, em seu Filho Jesus Cristo. Este e o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna. ” “ Digno es, Senhor, de receber Gloria, e honra, e poder, porque tu criastes todas as coisas, e por tua Vontade são e foram criadas ” ( 1 Jo 5.20; Ap 4.11 ). Amem!

 

A PREEMINÊNCIA DA PESSOA DE CRISTO

Manuela Barros Estados Unidos

Brasileira, professora do Seminário Teológico Betânia e Tesoureira da Igreja.

 

Texto Áureo da Lição

 E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência,
  (Colossenses 1.18)


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: JESUS, O BOM AMIGO, número 198 da Harpa Cristã.

 

1. A PREEMINÊNCIA DE CRISTO NA CRIAÇÃO DO UNIVERSO
A existência de Cristo antes da criação: Cl 1.15; Ap 1.8; Jo 1.1
A participação de Cristo na criação: Cl 1.16; Jo 1.3; At 17-24-26
A sustentação da criação por Cristo: Cl 1.17; At 17.28
2. A PREEMINÊNCIA DE CRISTO NA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE
O Cristo prometido antes dos tempos: Gn 3.15; Is 53.4,5,12; Tt 1.2; Ap 13.8
O Cristo encarnado na plenitude dos tempos: Gl 4.4; Jo 1.14; Fp 2.5-11
 O Cristo glorificado no tempo presente: Mt 28.18; Fp 1.21; At 1.11
3. A PREEMINÊNCIA DE CRISTO NA EDIFICAÇÃO DA IGREJA
Cristo como pedra angular da igreja: Mt 21.42; At 4.11; Ef 2.20
Cristo como cabeça da igreja: Cl 1.18; Ef 1.22; 5.23
Cristo como noivo da igreja: Mt 25.1,6; Ct 4.12; Ap 19.7

 

 

   Texto da Lição:

Colossenses 1.13-20



13 Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor,
14 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;
15 o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
18 E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência,
19 porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse
20 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.


(ARC)