Fort Lauderdale, Flórida, 16 de Maio de 2004 Ano XII  Lição Nº 20


 

A Velha Máquina de Escrever!

Wagner Antônio de Araújo   Brasil

Brasileiro, pastor, professor e articulista

Em busca de estudos antigos, encontro os meus sermões do início do pastorado, numa época pré-informática, onde, senão usássemos a caneta, usávamos a máquina de escrever. Meu pai tinha uma Remington preta, antiga e quase centenária. Depois compramos uma portátil, e, por fim, a minha Olivetti verde e portátil, que tão útil me foi! Meus velhos sermões datilografados! Lá estão os borrões, saudosos borrões, escondendo o cuidado em levar ao púlpito o melhor que pudesse, ainda que o meu melhor fosse tão limitado! Por vezes o papel era fino demais, e eu colava duas sul fites, para não voar durante a pregação. Alguns sermões na pasta estavam com cor de terra, oriunda de acampamentos de jovens e adolescentes em que fui conferencista. Outros estavam com sinais de marca d'água, não feitos por carimbos de ferro, mas por lágrimas derramadas ou gotas de suor durante a pregação. Ah, a minha velha máquina de escrever! Parece que a inspiração era mais profunda quando nela eu escrevia, parece que a responsabilidade de escrever sem errar. Imaginem usar borracha, gilete ou branquinho tantas vezes numa folha de papel. A máquina de escrever está aqui, no escritório, fechada na capa plástica há sete anos. Nunca mais a utilizei. Sua fita de tinta deve estar ressecada. Mas como prova de outros tempos e testemunho de que é possível vencer as dificuldades, cá está ela, inteira, funcionando, pronta para tornar-se útil numa eventualidade. Voltar às origens é algo que, de quando em vez, temos de fazer. Muitas vezes nos tornamos tão amargos, tão diferentes, tão metidos à adulta, que perdemos as nossas características de espírito e temperamento! Acho que a minha velha máquina de escrever me diz coisas, falas muito profunda!  Ela me diz que devo ser tão dedicado ao ministério quanto o fui no início. Ela me diz que devo fazer, dizer e escrever coisas tão relevantes, como o fiz no princípio. Ela me diz que a humildade deve ser a marca da minha autenticidade, porque o valor do meu trabalho não está no equipamento que uso, mas naquilo que faço. Ela diz que a simplicidade é a coisa mais bela e permanente. Já tive 3 computadores, não senti amor por nenhum, pois são máquinas impessoais. Mas a minha velha máquina, simples, barata, limitada, está aí, como membro do meu escritório e equipamento da minha vida. Será que nós não temos agido também como computadores? Será que não nos fizemos tão descartáveis quanto eles, nos lugares onde trabalhamos, nas igrejas onde congregamos, entre os amigos com quem convivemos? Será que não temos uma casca de primeira e uma polpa vazia? Você, respeitável leitor, não teria uma máquina de escrever da qual se lembrar? Quem sabe tenha sido muito mais simpático e cordial no passado, mas agora tem se tornado um ser complicado, complexo, orgulhoso, cheio de detalhes e cerimônias, sorrindo o sorriso amarelo da educação fria, sem perceber que há um coração e uma alma dentro de si? Quem sabe não seria a hora de voltar a ser simples, cordial, amigo, ter tempo para gastar com as pessoas que lhe são queridas? Nós pastores, a vezes somos assim. E quando vamos embora de nossas igrejas, não deixamos saudades, porque ensinamos nossas comunidades a ver em nós um profissional, não um amigo, um pai, uma companhia imprescindível, um companheiro. Foi-se o tempo em que tínhamos que preencher o coração da igreja e ser a jóia do coração de Deus. É hora de voltarmos às máquinas de escrever. É hora de revalorizar o púlpito e tudo o que se faz. É hora de cultivar as coisas antigas e boas que abandonamos. É hora de trazermos as cores do passado de volta aos nossos olhares. É hora de pegar a agenda velha de telefones e ligar para quem foi importante para nós. É hora de rever as fotos que eternizaram momentos desde há muito esquecidos, é tempo de agradecer a Deus por tantas experiências já vividas. E trazê-las de volta, ainda que com roupagem nova, madura e atual. É hora de voltarmos ao nosso primeiro amor — nossa velha máquina de escrever!

Terceira Idade

Manuela Barros   Estados Unidos

Brasileira, professora, diretora do Evangelismo  e Tesoureira da Igreja

A partir dos 60 anos o homem inicia uma fase da vida humana cognominada Terceira Idade. Para a humanidade do século XXI, cuja expectativa de vida vem crescendo progressivamente nas últimas décadas, os 60 anos de idade ainda não significa o fim. Sendo assim, o número de indivíduos acima desta faixa etária tem aumentado a cada ano, imprimindo na sociedade uma adaptação aos respectivos cuidados por ela demandados. Numa perspectiva moral o homem e mulher da terceira idade ou anciãos, são dignos de honra e valorização por aquilo com que já contribuíram para a sociedade, para a família e para a Igreja. Nesta idade o homem já trabalhou produtivamente pelo menos 42 anos, já gerou filhos e os preparou para sua integração na sociedade, contribuiu através dos impostos no melhoramento de sua nação e por fim defendeu no vigor de sua passada juventude uma causa, seja ela política ou religiosa. As características da Terceira Idade não são promissoras, mas são inevitáveis, fruto do pecado que trouxe a degeneração da raça humana, e por fim a morte. O idoso entra num processo de perda progressiva das funções corporais. As áreas físicas afetadas são as mais diversas, começando por problemas de visão (presbiopia), perda de força muscular, enfraquecimento ósseo, enrugamento da pele, dificuldade de digestão, dores musculares, perda de equilíbrio e por fim mais sérios problemas geriátricos como câncer de próstata e uterino (Sl 90.10). Sem dúvida alguma o idoso bem como uma criança necessita de constante assistência. Por outro lado, a experiência adquirida por toda uma vida não pode nem deve ser jogada fora pela sociedade, e em realidade, não tem sido, pois os idosos são os que formam hoje e formaram no passado a maioria do atual Senado ou Assembleias semelhantes que permearam as civilizações. No meio do povo de Deus, não podia ser diferente, os anciãos devem ser ouvidos com grande peso, mormente aqueles que calcaram sua vida em experiências com Deus. Não entendendo este princípio Roboão tragicamente deixou de aconselhar-se com os anciãos de Israel e ouviu o conselho dos jovens colegas o que veio a provocar a divisão do seu Reino.  A Bíblia se refere em citações dos Salmos e em várias experiências de vidas que o enfado é uma realidade da Terceira Idade, no entanto a certeza dos crentes é de que o dia de seu encontro com Cristo está cada vez mais próximo e que tudo fora do que foi feito para o Reino de Deus é como disse Salomão “vaidade e aflição de espírito” !

A FAMÍLIA E A TERCEIRA IDADE

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, pastor, professor, conferencista e articulista.

 

Texto Áureo da Lição

 Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, (Salmo 92.14)


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: NO CÉU NÃO ENTRA PECADO, número 422 da Harpa Cristã.

 

1. SUA LIMITAÇÃO IMPOSTA
Pelo desgaste do corpo físico: Ec 12.1-9; Sl 90.10.
Pela instabilidade emocional: 2 Sm 19.34-37; Ec 12.5.
Pelo imediatismo da igreja: 1 Rs 12.1-15; At 6.1.
2. SUA ACEITAÇÃO COMUNITÁRIA
Na honra espiritual: Lv 19.32; 1 Tm 5.1-3.
Na confiabilidade social: 1 Sm 8.1-9; 2 Tm 2.2
 No apoio humanitário: Sl 71.9; Gn 45.1-5.
3. SEU DIREITO ADQUIRIDO
No que tange ao exemplo: Sl 92.14; 1 Pe 5.1-3;
No que tange à intercessão: 1 Sm 12.23; Sl 72.20.
No que tange ao conselho: Ex 19.7; At 15.2.

 

  

Texto da Lição:

Salmos 71.1-9



1 Em ti, SENHOR, confio; nunca seja eu confundido.
2 Livra-me na tua justiça e faze que eu escape; inclina os teus ouvidos para mim e salva-me.
3 Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente; deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.
4 Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel,
5 pois tu és a minha esperança, SENHOR Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.
6 Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste do ventre de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.
7 Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte.
8 Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.
9 Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força.


(ARC)