Parábolas de Jesus

CASA  VAZIA

Rev. Eronides DaSilva



Depois da infeliz notícia ter sido espalhada por toda a Judéia e Galiléia, que Jesus estava expulsando os demônios por Belzebu – Satanás, os fariseus da região da Judéia, à guisa de se desculparem, pediram a Jesus que lhes mostrasse um sinal, pois, só assim, poderiam crer na sua divindade: “Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal” (Mt 12.38). Ora, depois de Jesus ter caminhado sobre as águas; ter dominado a fúria da natureza; ter ressuscitado os mortos; multiplicado os pães; curado muitas enfermidades e moléstias do povo; expulsado os demônios; Ele não daria outro sinal a não ser o do profeta Jonas — O sinal da sua morte e ressurreição!

João Batista, filho de Zacarias, e Jesus, filho de José, representavam, profeticamente, os dois desembargadores dos céus para a proclamação do Reino e do seu Rei. Muitos se arrependeram com a mensagem de João Batista, e seus corações foram limpos para aceitarem o Reino e o seu Messias. Quando a vil disputa alcançou aos fariseus, eles de punhos cerrados, rejeitaram ao Messias e, sobre todas as moléstias, incentivaram a nação o abandonarem. Mas Ele ficou firme na determinante chamada recebida do Pai: “Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça” (Is 42.2-3). O estado da nação ficou pior do que antes de terem aceitado a mensagem de João, pois desprezaram o tão almejado Messias!

Sim, esse povo obstinado e de dura cerviz, após o regresso dos 70 anos de exílio na Babilônia, por um pouco abadonaram os ídolos e a cultura profana dos pagãos de além rio. Entretanto, a contemplarem a glória potencial de Jerusalém e do Templo, e  sobre tudo a cobiçada posição por Roma a eles oferecida, seu destino final foi a sua própria ruína! Como nação e indivíduos, seu estado ficou calamitoso, o que fez Jesus os adjetivar de uma geração má e adúltera, e Paulo continuar com a mesma contemplação: “Os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens, e nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim.” (1Ts 2.15-16). Essa geração ficou vazia de Deus, e saturada dos demônios!

Quando Jesus assumiu o seu ministério na Judéia dos nobres, e na Galiléia dos parias, ele contemplou um quadro assustador da população: fome, cegueira e opressão espiritual. O ritual do exorcismo naquela época era tão lucrativo como o de hoje entre igrejas místicas. Entre as corjas dos demônios e dos exorcistas havia sempre um acordo bilateral — de ganho e de perda. Uma infâmia para o povo de Deus, pois quando Jesus expulsava os demônios não havia barganhas imundas e interesseiras. Ele os expulsava para não mais tornarem: “E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai dele, e não entres mais nele” (Mc 9.25).

Nesse quadro vil e deseperador, Jesus propôs a parábola da Casa Vazia, como uma símile do que acontecia com os endemoniados de Israel! “E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. [Seu ultimato foi insofismável] Assim acontecerá também a esta geração má (Mt 12.43-45).

Depois do ministrar de João Batista, as casas espirituais da nação ficaram limpas, vazias, adornadas e prontas para receberem seu hóspede de honra — o Messias! Entretanto, a nação agrediu, praguejou e matou aquele que o salmista anteviu: "Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração" (Sl 47.1). Quando uma pessoa era possessa de demônios, os líderes da nação eram os primeiros a o isolarem da comunidade, família e sinagoga, atirando-os, segregados, para  a região leste de Gadara! Lá, ficavam pelos sepulcros, e urrando noite e dia pelos montes! Esse foi, e tem sido o estado de Israel por dois milênios à vândalos sobre a terra: “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno... Eis que a vossa casa vos ficará deserta (Mt 23.28-38)!

Os demônios após percorrerem os lugares áridos das nações pagãs da terra, descobriram que havia uma limpa e disposta casa para os receberem — Israel! Pedro reafirmou o salário dessa desgraça: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: o cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama” (2 Pe 2.20-22).

A nação ficou cega (Jo 9.39-41); ficou sem o Templo (Mt 24.2); ficou deserta (Mt 23.32); ficou  amaldiçoada (Lc 23.29) e, sobre tudo, oprimida por  demônios durante a milenar negação do Cristo como Filho de Deus (Mt 12.45; 2 Jo 2.22-23)! Essse foi  o estado nacional de Israel; esse é o estado atual de muitas igrejas locais a nível mundial! Os restos mortais arqueológicos das Sete Igrejas da Ásia, na Turquia, por exemplo, é o testemunho peremptório de que Deus não se deixa zombar! Jesus nos ama, e Ele pronuncia o seu amoroso ultimato: “eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3.20). Deus guarde e faça resplandecer o seu rosto sobre todos nós para sempre — a sua querida e amada igreja! Que Deus estenda sua misericórdia sobre a Nação de Israel!


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